É para la´de estranho, mas a vida continua. Para nós, que somos mais afastados é o choque, é a noção de ela ter um ano a mais que eu, é o facto de ter sido de repente, é o macabro/descanso de que esperou pelos pais para se despedir, mas é a sensação de que merda de vida é esta que leva uma rapariga que nunca fez mal a ninguém, que estava sempre bem, trabalhadora, que estava em repouso a curar de uma operação a um joelho, coisa de há um mês, e que tinha corrido bem, que tinha já planos bem mais do que delineados para retomar o trabalho assim que conseguisse andar e conduzir e que tinha casa falada numa povoação ao lado para ir morar com o namorado e começar nova vida. Não tem lógica. Nada disto ter acontecido tem lógica. E quando se ouve nos outros, é triste mas chuta-se para a frente. Mas quando nos toca a nós é chocante. Porra, ela tinha um ano a mais que eu. É triste. É pavoroso ir à "minha terra" nestas alturas. É incrível a penteadora onde os pais trabalham ter "parado" hoje. É de um louvor enorme a aldeia inteira ter enchido as estradas da terra, as paredes da igreja, as voltas do cemitério, tudo num último adeus. É de um horror gigante ver a dor daqueles pais, a quem lhes morreu nos braços o orgulho da vida.
Como é que vai ser a vida daqueles pais agora?
Estou para lá de chocada.
Hoje também recebi uma notícia muito triste, neste caso, uma colega de faculdade, que sofreu paragem cardíaca durante uma cirurgia ao coração. Mas uma colega não se compara a uma prima. Sejam quais forem as razões que provoquem a perda de uma vida, nunca são compreensíveis quando as pessoas são jovens de mais.
ResponderEliminarMuita força.
Há quem diga que os pais nunca deveriam enterrar um filho, mas a morte não escolhe idades... Lamento .
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