Quando tudo fica meio ... estranho!

Ontem fui ver o jogo do Benfica - Rio Ave.
Não sou nem de uma equipa nem de outra, mas não recuso oferendas e saídas alegres e bem dispostas.
E estava tudo a correr bem, como manda a "tradição".
Até que a meio da primeira parte, mesmo na fila atrás de mim e umas meras cadeiras ao lado, um senhor se sentiu mal.
O senhor pela aparência tinha uns 50 e muitos, 60 anos.
Sentiu-se mal, teve um ataque.
Começou a tremer e a revirar os olhos.
E ficou-se.
Quieto.
Gritar pelos bombeiros, chamar a atenção de quem está no piso 0 do estádio.
Eles chegarem  perto de nós, e passaram-se perto de 5 minutos.
Minutos cruciais para o senhor. Mas se eles tivessem demorado apenas 2 minutos, não sei em que influenciaria o desfecho.
Os bombeiros, esses, foram incansáveis.
Estiveram o resto da primeira parte a fazer massagem cardíaca ao senhor, foram imparáveis.
Uma luta inglória.
E ficou aquela sensação estranha.
Má.
Não consegui desfrutar do jogo.
Nem na primeira parte, nem depois.
No meio da aflição toda, não consegui perceber se o senhor estava sozinho ou se estava acompanhado.
Pareceu-me que estava sozinho. O que me fez ainda mais confusão.
Já me morreram pessoas.
Claro.
Mas nunca assim.
Nunca tinha visto uma luta destas.
Nunca tinha sentido de perto este sentimento de impotência, de "preciso de fazer alguma coisa" e não conseguir fazer nada e ver o esforço, a vontade, a luta de quem pode, de quem consegue, mas que não chega lá. Não é suficiente.
E porra, estar assim sozinho e partir, longe dos nossos, é algo para me deixar triste. A bater mal.

No meio disto tudo, espero que o senhor não tenha sofrido, que tenha sido rápido para ele (mais do que deste lado) e que tenha gostado de ter vivido.

Ainda estou meio estranha.
Isto passa.
Mas estou com aquela sensação de Porra, a vida é mesmo fodida!!